“Você deveria ser capaz de estar só, completamente só e, ainda assim, tremendamente feliz. Então, você pode amar. Então, seu amor não é mais uma necessidade, mas um compartilhar, não mais uma carência. Você não se tornará dependente das pessoas que você ama. Você compartilhará – e compartilhar é bonito. Esta é a diferença entre relacionar-se e relacionamento: relacionamento é uma coisa: você se apega a ele; relacionar-se é um fluxo, um movimento, um processo. Você encontra uma pessoa e você ama, porque você tem muito amor disponível.”
Osho, um renomado mestre espiritual e filósofo, oferece uma perspectiva única sobre o amor e a necessidade de amor que merece uma profunda análise psicológica. Em suas palavras, ele destaca a diferença crucial entre amar e precisar de amor, desafiando concepções tradicionais sobre relacionamentos e destacando a importância da autonomia emocional.
O ponto inicial de Osho é a capacidade de estar sozinho e, ao mesmo tempo, experimentar uma felicidade tremenda. Essa independência emocional é um aspecto fundamental da saúde psicológica, conforme destacado por várias correntes teóricas, incluindo a psicologia positiva e a psicologia humanista. Ser capaz de encontrar satisfação e contentamento dentro de si mesmo é um indicativo de uma mente emocionalmente resiliente e equilibrada.
O autor destaca que, ao atingir esse estado de completa autonomia emocional, a pessoa está então pronta para amar de uma maneira mais pura e desinteressada. Essa é uma afirmação psicologicamente poderosa, pois muitas vezes vemos relacionamentos baseados em carências emocionais, o que pode levar a dinâmicas tóxicas e dependência emocional.
Osho utiliza a expressão “compartilhar” para descrever a natureza do amor quando não é mais uma necessidade, mas uma escolha consciente. Aqui, podemos aplicar conceitos da teoria do apego na psicologia, destacando a importância de relacionamentos saudáveis que promovam a interdependência e a liberdade emocional. O compartilhamento implica reciprocidade e respeito mútuo, elementos cruciais para a construção de relacionamentos duradouros e enriquecedores.
Ao contrastar “relacionar-se” com “relacionamento”, Osho introduz a ideia de que o amor é um processo dinâmico e fluido. Essa perspectiva ressoa com teorias contemporâneas sobre a evolução dos relacionamentos ao longo do tempo, enfatizando a importância da adaptação e crescimento mútuo. A psicologia evolutiva sugere que a capacidade de formar vínculos profundos e significativos está intrinsicamente ligada à nossa sobrevivência como espécie, mas Osho destaca a importância de transcender meras necessidades biológicas para alcançar uma forma mais elevada de conexão emocional.
Em última análise, a análise psicológica do ensinamento de Osho sobre amor e necessidade revela uma abordagem holística e progressista para os relacionamentos. Sua visão desafia a ideia convencional de que a dependência emocional é inerentemente parte do amor, promovendo a ideia de que a verdadeira realização vem da autonomia emocional e do compartilhamento consciente. Esta abordagem não só ressoa com muitos princípios psicológicos contemporâneos, mas também oferece uma perspectiva valiosa para aqueles que buscam relacionamentos mais saudáveis e significativos.
Referência
OSHO. Rainbow Bridge, The. Chap. 29.
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